Em Monteverde fiquei alojado numa casa de turismo de habitação de nome Sarita casitas. Os anfitriões, Sara e Danilo, foram muito prestáveis e facultaram-nos preciosas indicações sobre a biodiversidade e costumes locais. Para além da simpatia, a casa apresentava todas as comodidades, desde a sala à cozinha, tudo com muita higiene e eficiência. A água era potável e tínhamos Internet por wi-fi com relativa velocidade. Nas imediações reinava uma calma paradisíaca e a vida corria devagar guiada pelos ciclos e vontades da natureza. Estávamos em Maio, a temperatura rondava os 25º e a época das chuvas já se fazia notar. O dia começava a clarear às 04:50 da madrugada e depois aflorava-se de cores que mereciam ser inscritas no manual de outro arco-íris. Seguia-se uma palete de cheiros que instigava ao movimento e nos fazia ter fome por descobrir e condensar as experiências num álbum de recordações. Pelas 16:00 o tempo fecha-se invariavelmente a toque de uma orquestral chuvada. O tempo tinha a cor das aves e o temperamento impiedoso da chuva.
Nas minhas incursões pelas redondezas vi várias espécies de aves, mamíferos e insectos. Observei umas espécies mais colaborantes que outras, mas todas elas de redesenhada novidade e beleza. Desengane-se quem pensar que fotografar foi tarefa fácil, uma vez que as constantes mudanças de luz obrigavam a constantes compensações. De resto os bichos não ficavam muito tempo no mesmo lugar - ariscos o suficiente para desespero de quem espere facilidades. Foi curioso seguir os esquilos que pulavam entre as ramagens verdejantes e quase vieram dar-nos os bons-dias, tal como os macacos-uivadores que se faziam ouvir de manhãzinha empoleirados nas árvores altas numa algazarrara territorial. Pasme-se... em Monteverde não senti os braços do vento uma única vez.
Há quem diga que os Ticos (habitantes da Costa Rica) são povo mais feliz do mundo. Se calhar é verdade, muito embora desconheça como é calibrado barómetro felicidade. Contudo a julgar pelo fácil sorriso, são sem dúvida um povo de contagiante alegria. Tão simpáticos e afáveis que não precisam de exercito para esperar o melhor do mundo e um mundo melhor. É verdade... na Costa Rica não há exército mas vê-se policia com regularidade, posso dizer que me senti em segurança, mesmo exibindo o material fotográfico nunca houve nenhuma situação que causasse desconfiança.
As casas são de construção típica sem ostentarem grandes luxos (excepto mansões dos americanos que por lá ficaram)
O grau de limpeza das ruas, estradas e outros locais públicos é satisfatório. Por onde andei não vi pobreza e ainda bem. Pelo que reparei existe um sistema de educação cuidado, existem aulas ao ar livre, as crianças usam uniforme (pelo menos as que vi) e circulam muitos autocarros escolares estilo americano (fez-me lembrar o Pesadelo em Helm Street).
Já agora... sabem o porquê dos Costarriquenhos terem a alcunha de Ticos? Há quem diga que tico é um sufixo utilizado em vez do espanhol tito. Exemplo: gatico em vez gatito, momentico em vez de momentito ou chiquitico em vez de chiquitito.
O grau de limpeza das ruas, estradas e outros locais públicos é satisfatório. Por onde andei não vi pobreza e ainda bem. Pelo que reparei existe um sistema de educação cuidado, existem aulas ao ar livre, as crianças usam uniforme (pelo menos as que vi) e circulam muitos autocarros escolares estilo americano (fez-me lembrar o Pesadelo em Helm Street).
Já agora... sabem o porquê dos Costarriquenhos terem a alcunha de Ticos? Há quem diga que tico é um sufixo utilizado em vez do espanhol tito. Exemplo: gatico em vez gatito, momentico em vez de momentito ou chiquitico em vez de chiquitito.
A pé fizemos vários caminhos e aqui estão alguns bichos que vi em Monteverde nas redondezas da casa.
Este foi o primeiro beija-flor avistado.
Ah... Ora aqui está tico tico (Zonotrichia capensis), um paldal a saltitar na casa de um vizinho.
Na mesa situada no jardim da casa esta fêmea de Great-tailed Grackie (Quiscalus mexicanus) veio provar as bananas
O macho raramente vinha provar a fruta que colocávamos nos comedouros.
Agora os "amarelinhos" como carinhosamente os baptizámos: Em primeiro temos o Great Kiskadee (Pitangus sulphuratus) que alisava as penas com vagar e nada preocupado com a nossa presença.
Por sua vez, o Tropical Kingbird (Tyrannus melancholicus) gostava de empoleirar nos fios de electricidade em frente à casa.
Por último dos pássaros amarelos, temos no fio de baixo o Social Flycatcher (Myiozetetes similis) que tão bem socializava com os vizinhos.
Nos telhados as rolinhas Inca Dove (Columbina inca) quase passavam despercebidas.
Do outro lado o Masked tityra (Tityra semifasciata) observava a geometria das construções.
Yellow-faced grassquit (Tiaris olivaceus) Grande cantor de Cuba
Mountain Elaenia (Elaenia frantzii) sacudia-se dos chuviscos
O pica-pau Golden-olive woodpecker (Colaptes rubiginousus) caminhava calmamente pelo seu poiso.
Já o Emerald Toucanet (Aulacorhynchus prasinus), de tão espantado, parecia que tinha acabado de cortar o ramo da árvore à bicada.
Por fim, este periquito white-fronted parrot (Amazona albifrons) poisou no ramo de um pinheiro e deixou que nos aproximássemos .. relativamente...
Estas foram algumas das muitas aves que observei em Monteverde. Se quiserem saber o nome de todas as espécies podem consultar a lista realizada pelo amigo José Frade e por ele publicada no eBird. Todavia não foram só aves. Mesmo ao lado da casa ainda dei de caras com alguns mamíferos curiosos.
Este esquilo Variegated squirrel (Sciurus variegatoides) sacudia a árvore com os seus saltos.
Em futuros artigos irei relatar a minha experiência no Santuário dos Colibris, tais como uma Saída Nocturna pela Floresta Tropical, Sobrevivi na San Gerardo Biological Station e a Descoberta de Borboletas Nocturnas, tudo isto em Monteverde onde em cada canto habita um segredo vivo por revelar.
Para finalizar, um brinde à saúde dos meus amigos com a cerveja da Costa Rica. Imperial!
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