sábado, 11 de julho de 2015
Chão
Na volta pela recordação das velhas escolas
afundam-se os olhos na lonjura dos verdes anos
repartem-se rugas pelas lâminas das memórias,
onde foram ensaiadas as primeiras alfinentas dos amores.
Fomos luz em contraluz atrás do pavilhão de ginástica,
aulas furadas pelas frágeis juras além deste céu,
primaveras de vícios e de tentações efémeras,
poemas escritos nos corpos armadilhados da juventude.
E quando chegava o intervalo ouvia-se a rádio da associação de estudantes
o debitar discos pedidos, discos partidos de coração agridoce,
depois do segundo toque era correria certa escadas abaixo
para festejar a vitória do tempo num abraço apertado.
Beijos de olhos fechados, sem deixar o futuro entrar,
quando as promessas não cabiam no bairro do mundo,
ele ainda hoje se lembra de como começou, ela recorda como acabou,
não fosse a paixão um bicho de colo indomável e tudo se esquecia.
Mais tarde veio a angustia da frase tipo: "precisamos de falar"
uma lágrima a espreitar e de olhos pregados ao chão
separámos as mãos apartámos vidas
e de coração pisado seguimos caminho
em passos lentos porque o chão já secou tantas palavras
sem ter culpa nenhuma disso.
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