Ainda há tempo da juventude ver os teus olhos a brilhar
Corres a bom correr
pelas escadarias do metropolitano
De braço engessado e mala da escola ao ombro,
com vontade de chegar cedo antes de tudo ser lugar.
Quando o metro entrou na gare,
Ordeiramente, no espaço interior, as pessoas acomodaram-se,
Soaram dois apitos e ainda com as portas mandibulares abertas,
Tu, num salto tão
jovem quanto destemido, tentaste entrar,
Puseste o braço de gesso no intervalo que vai do agora ou
nunca
As portas não se importaram com o teu esforço ou com a tua
pressa,
Fecharam-se, calaram-se, abocanharam o teu
medo.
O furão mecânico arrancou em direção aos túneis escuros
Eu na gare ao ver-te levada pelo braço, por aquele bicho de metal;
Gritei tanto, tanto, na urgência que o animal te soltasse,
E tu gritaste com medo de não te ouvirem gritar.
O metro andou poucos metros e depois parou.
As pessoas vieram saber se estavas bem,
Duas pequenas lágrimas sulcaram a tua face
Tremias em palavras breves quando timidamente disseste:
"Obrigado e desculpem"
e assim foste para as escola onde os professores ainda não
chegaram.
São bons os poemas e belas as imagens com que brinda os visitantes.
ResponderEliminarParabéns Sérgio e continue.
Muito obrigado pela atenção. Abraço
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