[E o que dizias?]
é tão bom não dizer nada,
deixar o horizonte transformar-se
num verbo abstrato para qual não tenho nome,
como não tenho nome para o meu amor;
apenas queimo fósforos para acender
qualquer átomo da memória
onde reside a curva do teu lume
e os lampejos daquela partida.
e os lampejos daquela partida.
[Agora que não estás aqui]
passo a mão pela casca do sobreiro
que cresceu depois do teu incêndio
que cresceu depois do teu incêndio
e sinto a urgência da falta e a sua raiz;
a revolta dos sonhos e dos amores saudáveis
seria inverter as regras com que se rege a chuva
mas em todas as direções oiço o canto dos pássaros
seria inverter as regras com que se rege a chuva
mas em todas as direções oiço o canto dos pássaros
e isso faz-me lembrar a sílaba tónica do teu nome.
[E o que esperas de mim?]
espero que tudo seja tão ou mais silencioso
como o encostar mortiço desta porta
ou o crescer desta árvore rumo ao sul.
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