terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pó de fantasma





era o pó do fantasma que te servia de máscara e encanto,
ao rosto de mulher tão jovem em fios de oiro e promessas mil.
quem olhasse assim, à primeira vista, não reparava,
nas múltiplas cambiantes de sombras que ganhavam fala na tua pele.
às vezes eras tu, outras vezes eram eles que adensavam a matéria dos dias,
mas depois da curva que se estendia do bairro da noite até ao beco do suspiro,
era vê-los a correr nos teus braços num esplêndido sorvedouro de almas
de abismos e outros livros esquecidos para além da impressão do toque e do gosto
depois...
ficou a promessa no pó do fantasma que agora vestes:
nunca te falte a luz que eles velam por ti.



Poema dedicado a uma amiga desta e de outras vidas / Sérgio Guerreiro, 26 de Setembro de 2012

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