Naquela noite não vi a sombra de Mark Lanegan. Por isso, quando as palavras são demais e só atrapalham... Que impere a fala da alma na canção.
Assim foi.
Mark Lanegan permaneceu distante, tímido, contudo ante a ausência da cor propriamente dita dos afectos, sobressaiu a supremacia do dom e do génio. Brilhante.
Lisboa assistiu a um concerto único de uma das vozes mais carismáticas da América.
O homem alto, trajado de negro, pose contemplativa do horizonte mais distante, de voz poderosa num apelo às sensações de igual forma intensas. Ao mesmo tempo que a alma que dava voz ao palco invocava fantasmas, estes não passavam de meros acasos para homens que não precisam da sombra para nada. Mark Lanegan é um deles.
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